Quando o Bahia fez uma boa campanha na Copa São Paulo desse ano (só parou nas quartas, eliminado pelo Atlético-PR nos pênaltis), o feito foi muito comemorado. A opinião de muitos analistas era unânime: as boas revelações do tricolor baiano eram a saída para o time, que vive uma decadência sem precedentes.
OK, faz sentido. É bom, sempre, ver um time revelando atletas de nível. Mas o que se deve pensar é que não necessariamente as boas revelações da base implicarão num bom desempenho no profissional.
Em 2006 tivemos um exemplo prático disso. O Paysandu, que três anos antes havia calado a Bombonera, foi rebaixado para a Série C do Brasileirão. Sim, a terceirona, onde estava há pouco tempo seu arqui-rival Remo, o que rendeu muitas piadas em Belém.
O contraste - e é aí que eu quero chegar - é que nas categorias de base o ano do Papão foi quase perfeito. O time foi campeão sub-17 (premiação na foto ao lado) e, no sub-20, atropelou os adversários, sendo campeão paraense de maneira soberana. Na Copa São Paulo o time também não fez feio, só caindo nas oitavas de final, perdendo para o Comercial, que viria a ser o vice-campeão da competição.
O exemplo do Paysandu nos mostra como é perigoso traçar diagnósticos definitivos com base unicamente em resultados. Se o mundo do futebol é incerto, o das categorias de base é mais ainda. Há aqueles jogadores que arrebentam nas divisões inferiores e, quando chegam no profissional, não fazem nada - quantos exemplos conhecemos assim? Também temos que levar em conta que o modelo atual do futebol brasileiro é muito dinâmico, e jogadores que despontam num clube podem estar de saída nem seis meses depois de sua aparição nas categorias de base. Por isso que um trabalho nos juniores e juvenis só é garantia de retorno para o clube se a administração seguir um bom rumo para os atletas.
Foto: Federação Paraense
sábado, 10 de fevereiro de 2007
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