sexta-feira, 2 de março de 2007

É hora do Sul-Americano Sub-17

Equador e Bolívia fazem nesse domingo, às 14 horas, o primeiro jogo do Campeonato Sul-Americano Sub-17. O torneio – cujo mascote é esse bicho estranho aí do lado, o Bananito - seguirá um formato semelhante ao Sub-20, que aconteceu no mês passado: as 10 seleções do continente estarão divididas em dois grupos de cinco equipes cada. Jogam entre si na primeira fase e avançam os três primeiros de cada grupo. Monta-se aí um grupo único de seis times, que jogam todos contra todos. O melhor dessa etapa é o campeão e os quatro primeiros colocados garantem vaga no Mundial da categoria, que será realizado em agosto e setembro, na Coréia do Sul.

Confira abaixo um pequeno perfil de cada uma das seleções do torneio.



Grupo A

Brasil
Favorito? Claro. Não tem como não pensar diferente. O próprio histórico diz isso: em 11 Sul-Americanos da categoria, o Brasil tem sete títulos e três vice-campeonatos. Precisa mais? Mas diz o ditado (e com toda razão) que história não ganha jogo, e por isso o Brasil precisa mostrar resultado em campo. O time fez uma boa fase de preparação e derrotou equipes sub-20 de grandes times brasileiros, como Vasco e Botafogo. O técnico é Edgar Pereira e os destaques são o meio-campista Lulinha e os laterais gêmeos Rafael e Fábio, ambos do Fluminense.

Bolívia
Lembram de Diego Suárez, garoto de 14 anos que joga no Blooming, enfrentou o Santos na Libertadores e foi tema de um dos primeiros posts do Futebase? Ele faz parte da equipe boliviana que tentará o título sul-americano no Equador. E se parece impossível pensar em “título boliviano”, vale lembrar que em 1986 foi a Bolívia que levantou a taça do torneio. Além de Suárez, as esperanças bolivianas estão em Henry Montaño, que joga nas categorias de base do futebol dos EUA.

Chile
O técnico José Sulantay aposta num grupo que não tem garotos que já atuaram nos times de cima de seus clubes. Se por um lado isso vai de encontro com a principal ambição do futebol de base – que é dar vivência para os jogadores -, por outro a inexperiência dos jovens chilenos pode ser um componente prejudicial na busca pelo título e por uma vaga no Mundial da Coréia. O atacante Carlos Mancilla, que joga na base do River Plate, é a maior estrela do grupo.

Peru
Se preparação ganhasse jogo, os peruanos seriam fortes favoritos. A seleção está treinando no Equador já há vários dias, de modo a se ambientar melhor para a altitude. Mas falando estritamente de futebol, o Peru não inspira confiança. No Sul-Americano sub-15 de 2005, o Peru conseguiu somar apenas um ponto em quatro jogos. O atacante Christian La Torre é o ponto de referência.

Equador
Os donos da casa não querem fazer feio. E não apenas por serem anfitriões, e sim para confirmar a boa fase do futebol no país: ex-tradicional saco de pancadas da América do Sul, o Equador hoje é está entre as principais seleções do continente e participou das duas últimas Copas do Mundo. Cabe aos craques do futuro (argh!) manter o bom momento. O elenco que vai disputar o Sul-Americano conta com muitos atletas das categorias de base dos principais times do país, como Erik Minda, do El Nacional.

Grupo B

Argentina
O principal nome dos hermanos para o Sul-Americano é Federico Laurito. Ele atua, desde o ano passado, na Udinese da Itália, onde faz parte do grupo principal e já deixou alguns golzinhos no time de cima. Já impressionou em torneios de base em 2005, quando foi o artilheiro do Campeonato Sul-Americano Sub-15. O restante dos jogadores pertence mesmo a times da Argentina. Outro valor da seleção argentina está em Luis Ojeda, goleiro do Unión de Santa Fé.

Venezuela
Todo mundo sabe que a Venezuela não é mais a baba da América do Sul. Pode ser ainda uma seleção fraca, mas o futebol de lá evoluiu – ou o dos vizinhos que andou pra trás? – e hoje os vinotintos já se equiparam a outras seleções do continente. E 2007 será um ano especial para o país, que sediará a Copa América para adultos. Para o Sul-Americano Sub-17, o técnico Amleto Bonaccorso escalou um grupo que tem como base o Caracas FC e outros times que não figuram entre os principais do país, como Academia Emeritense e Guayana. É o único dos participantes do Sul-Americano que jamais chegou a um Mundial.

Uruguai
Do Grupo B, o Uruguai é a única seleção que esteve no Mundial da categoria em 2005. Esqueça Peñarol e Nacional: o time que mais mandou atletas para o grupo é o Danúbio, com oito convocações, contra três de cada um dos gigantes uruguaios. Mais uma prova de força desse time que vai se consolidando para ser a terceira força do futebol de seu país. O meio-campista Urretaviscaya promete travar a língua dos narradores que cobrirem o certame.

Colômbia
Os colombianos têm pretensões reais – facilitadas pelo grupo em que estão – de chegarem ao Mundial da Coréia do Sul. O grupo que jogará o Sul-Americano conta com quatro atletas do Independiente Santa Fé. Outro clube que cedeu muitos atletas – três – foi o Independiente Medellín. Um deles é Santiago Tréllez, filho do ilustre John Jairo Tréllez, ex-atacante da seleção colombiana e do Nacional de Medellín.

Paraguai
A seleção albiroja fez um papelão no Sul-Americano Sub-20, quando foi a sede do torneio e nem conseguiu vaga pro Mundial. Quer apagar essa má imagem no sub-17. A seleção que vai para o Equador é semelhante à que disputou – e conquistou – a Copa Santa Catarina Sub-17, disputada aqui no Brasil. O meio-campista Aldo Snead, do Cerro Porteño, é um dos destaques.

Foto: Conmebol

Nenhum comentário: